Nelson Piquet considera “bandido” homem que ajudou tirar o título de Felipe Massa
A carreira de Nelson Piquet é uma das mais vencedoras na história da Fórmula 1. O brasileiro conquistou um tricampeonato, além de ser conhecido pela habilidade na pista e no acerto dos carros. Já aposentado, o ex-piloto acabou ficou famoso por não ter papas na língua e muitas vezes falar aquilo que pensa, e um de seus “alvos” foi um dos responsáveis por uma grande polêmica envolvendo Felipe Massa: Flavio Briatore.
Esse momento aconteceu mais precisamente na quarentena, em 2020, quando o ex-piloto participou de uma live no Instagram como convidado da repórter Mariana Becker, hoje figura importante nas coberturas da Fórmula 1 da Band.
Em um dos momentos da entrevista, Piquet definiu em uma palavra o chefe da equipe Renault em 2008, Flavio Briatore,: “bandido”
O chefão teria participado do escândalo Crashgate, no GP de Singapura daquele ano. Corrida em que Nelsinho Piquet, filho do tricampeão, bateu de propósito para beneficiar o então companheiro de equipe Fernando Alonso e acabou prejudicando outros pilotos, como Felipe Massa, que ainda hoje luta na justiça pelo título daquele ano, justamente baseado na manobra que mudou os rumos em Singapura.
O escândalo em Singapura envolvendo filho de Piquet
Felipe Massa, da Ferrari, e Lewis Hamilton, da McLaren, chegaram a Marina Bay empatados no campeonato. O britânico liderava após vencer em casa, e o brasileiro, que já havia vencido nas corridas da Alemanha, Hungria e Europa, tinha a pole position, o que facilitava sua liderança caso vencesse.
Tudo ia bem até a volta 14, quando Nelson Piquet Jr. bateu no muro na curva 17, enquanto Felipe Massa liderava. O acidente forçou a entrada do safety car para remover o carro, e, aproveitando a bandeira amarela, Massa foi chamado pela Ferrari para os boxes.
Porém, a equipe o liberou antes de completar o reabastecimento, fazendo com que o brasileiro saísse com a mangueira de abastecimento presa ao carro e fosse forçado a parar no pit lane. Após essa confusão, Massa bateu em Adrian Sutil, da Force India, o que resultou em uma punição e mais de um minuto perdido.
Na parte final da corrida, Felipe teve um pneu furado e precisou retornar aos boxes. A diferença de pontos para Hamilton aumentou de 1 para 7, com apenas três corridas restantes. Massa terminou a prova em 13º, enquanto Hamilton ficou em 3º.
Linha do Tempo do ‘Singapuragate’
Descoberta: Dois dias após a corrida, em 30 de setembro, Nelsinho Piquet revelou a um amigo que bateu propositalmente para beneficiar Fernando Alonso. A ordem para o acidente foi dada por Flavio Briatore, chefe da Renault, e Pat Symonds, diretor de engenharia.
Novembro: O relato chegou ao pai de Nelsinho, Nelson Piquet, que contou a Charlie Whiting, diretor de provas da FIA. Whiting aconselhou fazer uma denúncia formal, mas isso não ocorreu.
Julho de 2009: Piquet Jr. foi demitido da Renault após perder espaço para a Brawn, o que fez a equipe priorizar Alonso. Pouco depois, Nelson Piquet denunciou o caso a Max Mosley, presidente da FIA.
Agosto de 2009: Durante a transmissão do GP da Bélgica, o escândalo foi revelado pelo jornalista Reginaldo Leme e confirmado por Mosley. A FIA iniciou uma investigação, que foi corroborada pela telemetria, que mostrou que Nelsinho acelerou durante o acidente, em vez de frear.
Setembro de 2009: Nelsinho alegou que aceitou a ordem de bater intencionalmente por estar emocionalmente fragilizado devido à pressão de Briatore, que se recusava a discutir seu contrato para 2009 e ameaçou dificultar sua transferência para outras equipes. O piloto se arrependeu da decisão.
Além da declaração de Nelsinho, duas demissões ocorreram: a Renault dispensou Briatore e Symonds, e a FIA baniu Briatore da F1, enquanto Symonds foi suspenso por cinco anos e atualmente ocupa o cargo de diretor técnico da F1.
Outubro de 2009: Massa foi questionado sobre o caso e expressou acreditar que Alonso sabia do esquema. O brasileiro pediu à FIA que tomasse providências.
Código Esportivo Internacional da FIA: O código vigente em 2009 estabelecia que os comissários deveriam se reunir para julgar o caso se novas evidências surgissem. No entanto, uma cláusula determinava que a revisão de um evento só poderia ser solicitada até 14 dias após a corrida ou até quatro dias antes da cerimônia de premiação da FIA, realizada em 12 de dezembro de 2008, quase três meses depois do ocorrido.
4o mini