Michael Schumacher sofreu grave acidente e quebrou a perna enquanto dirigia

O acidente mais grave de Michael Schumacher na Fórmula 1 ocorreu exatamente há mais de 20 anos, em 11 de julho de 1999, no circuito de Silverstone, na Inglaterra. Logo na primeira volta, os freios da Ferrari falharam na aproximação da curva Stowe, e o carro do alemão bateu violentamente contra a barreira de pneus. Como consequência, o alemão sofreu uma fratura na perna e precisou ficar afastado por seis corridas.

Naquele momento, ele disputava diretamente o título contra Mika Hakkinen, mas o acidente o tirou da briga pelo campeonato. Com isso, Eddie Irvine assumiu o posto de primeiro piloto da Ferrari e tentou impedir o bicampeonato do finlandês, sem sucesso.

Uma batalha que prometia

Antes do GP da Inglaterra, Schumacher somava duas vitórias na temporada, contra três de Hakkinen. Irvine e Heinz-Harald Frentzen tinham uma cada. A vantagem do piloto da McLaren sobre o alemão era de oito pontos, mas ainda havia muitas corridas pela frente.

Silverstone era um circuito favorável à McLaren, e Hakkinen garantiu a pole position de forma dominante. Ainda assim, Schumacher conseguiu largar ao seu lado na primeira fila, o que sempre deixava uma dúvida na mente do finlandês: poderia o alemão surpreender na corrida?

O acidente que mudou o campeonato

Na largada, Jacques Villeneuve (BAR) e Alessandro Zanardi (Williams) ficaram parados no grid, levando à exibição da bandeira vermelha. Enquanto isso, Schumacher, que havia caído de segundo para quarto, tentou frear no fim da reta do Hangar para contornar a Stowe, mas seu carro não respondeu como esperado.

A caixa de brita e uma freada parcial reduziram a velocidade de mais de 300 km/h para cerca de 110 km/h, mas o impacto frontal ainda foi muito forte. O alemão permaneceu consciente, mas não conseguiu sair do carro, e os médicos rapidamente cercaram o local com lençóis verdes — um indicativo preocupante.

Schumacher foi levado de helicóptero para o hospital com uma fratura na perna direita. Felizmente, o ferimento não foi mais grave, mas sua ausência o tirou da disputa pelo título, que lhe escapara nos dois anos anteriores.

Uma corrida atípica

O GP da Inglaterra ficou paralisado por mais de meia hora para o atendimento ao piloto, a remoção do carro e a reconstrução da barreira de pneus. Na relargada, Hakkinen manteve a liderança, seguido por Irvine, que superou David Coulthard. A corrida transcorreu sem grandes incidentes até os pit stops.

Tanto Hakkinen quanto Irvine tiveram problemas nos boxes. O irlandês perdeu tempo porque a McLaren estava no pit lane, e o finlandês precisou fazer um novo pit stop após uma roda traseira se soltar na curva Luffield. Por segurança, Mika acabou abandonando a prova.

Coulthard, que vinha tendo uma temporada abaixo das expectativas, aproveitou os problemas alheios para assumir a ponta, com Irvine logo atrás. Mesmo mais rápido, o piloto da Ferrari não conseguiu ameaçar a liderança do escocês, que celebrou sua primeira vitória em casa.

Irvine terminou em segundo, seguido pelo surpreendente Ralf Schumacher (Williams), que venceu um duelo contra Frentzen. Damon Hill, cercado por rumores sobre sua aposentadoria, fez uma boa corrida e terminou em quinto, enquanto Pedro Paulo Diniz, com a Sauber, completou a zona de pontuação em sexto.

O impacto no campeonato

Apesar da vitória de Coulthard, a principal preocupação do paddock era o estado de Schumacher. Duas semanas depois, o alemão gravou uma mensagem em vídeo exibida em Hockenheim antes do GP da Alemanha. Sem ele, Irvine assumiu as esperanças da Ferrari em encerrar o jejum de títulos, mas não conseguiu evitar o bicampeonato de Hakkinen.

Schumacher retornou ainda em 1999, no GP da Malásia, e mostrou estar totalmente recuperado. Nos anos seguintes, de 2000 a 2004, ele iniciaria um dos períodos mais dominantes da história da Fórmula 1, conquistando cinco títulos consecutivos e consolidando seu legado no esporte.