Chega no Ministério Público o pedido em investigação sobre Bruno Henrique

A defesa do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, fez o pedido de arquivamento do inquérito policial que investiga a suspeita de manipulação de apostas envolvendo o jogador. Ele é acusado de ter forçado um cartão amarelo em uma partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023, supostamente beneficiando apostadores.

Os advogados do atleta afirmam que as ações atribuídas a ele não configuram crime e não se enquadram no que determina a legislação. A solicitação foi protocolada na tarde de terça-feira na 7ª Vara Criminal do Distrito Federal e encaminhada ao Ministério Público, que ainda irá se manifestar sobre o caso.

Indiciamento do atacante do Flamengo aconteceu em abril

Bruno Henrique foi indiciado pela Polícia Federal em abril, com base no artigo 200 da Lei Geral do Esporte — que trata de fraude em resultados esportivos — e também por estelionato. As penas previstas são de dois a seis anos de reclusão para o primeiro crime, e de um a cinco anos para o segundo.

A defesa alega que o cartão amarelo foi parte de uma estratégia comum no futebol: jogadores que estão “pendurados” com dois cartões às vezes optam por forçar a suspensão para evitar desfalques em jogos futuros ou se poupar fisicamente. Os advogados sustentam que essa prática, embora passível de discussão ética, é conhecida e discutida publicamente no meio esportivo e, por isso, não pode ser considerada fraude.

Além disso, os defensores destacam que o suposto ganho dos apostadores — cerca de R$ 15 mil somados — é irrelevante diante do patrimônio das casas de apostas e, com base no princípio da insignificância, não justificaria a acusação de estelionato. Eles também mencionam que esse argumento já levou ao arquivamento do caso no STJD no ano passado.

O inquérito da Polícia Federal também implicou outras pessoas próximas ao jogador. Foram indiciados o irmão de Bruno Henrique, Wander Nunes Pinto Júnior; a esposa dele, Ludymilla Araújo Lima; e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso, todos por terem realizado apostas. Um segundo grupo, formado por amigos de Wander, também é alvo da investigação.

Mensagens encontradas nos celulares apreendidos pela PF mostram conversas entre Bruno Henrique e outros investigados. Em uma delas, Wander pergunta quando o jogador receberia o terceiro cartão amarelo, e ele responde: “Contra o Santos”.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também abriu um inquérito para apurar o caso e deve divulgar em breve um relatório sobre o andamento ou eventual arquivamento da denúncia. Como não houve pedido de suspensão preventiva, Bruno Henrique segue em campo pelo Flamengo.