Um dos clubes brasileiros com vaga garantida na edição do Super Mundial é o Fluminense, que conquistou o direito de jogar o torneio após vencer a Copa Libertadores em 2023. Mas, uma situação existente nos Estados Unidos, fez o tricolor desistir dias antes da estreia na competição.
Os quatro clubes brasileiros classificados para a Copa do Mundo de Clubes da FIFA — Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras — desistiram de abrir empresas nos Estados Unidos para receber os valores de premiação do referentes ao torneio.
A estratégia, inicialmente considerada para reduzir a carga tributária, foi descartada após análises jurídicas e fiscais. O Flamengo, inclusive, chegou a aprovar a proposta em seu conselho deliberativo, e quando tudo parecia certo, o time da gávea acabou voltando atrás.
Em vez disso, os clubes optaram por aderir ao regime fiscal norte-americano chamado ECI (Effectively Connected Income), que tributa os ganhos como se os clubes fossem empresas locais. Isso simplifica o processo e evita complicações legais ligadas à criação de entidades estrangeiras.
Tributação elevada nos EUA
Participar do torneio em solo norte-americano terá impacto financeiro significativo. Jogadores e alguns membros da delegação técnica poderão ser tributados em até 37% sobre os rendimentos correspondentes aos dias trabalhados nos Estados Unidos.
Contudo, quem receber menos de US$ 3 mil nesse período pode ser isento. O valor exato da tributação será calculado proporcionalmente, com base na remuneração anual e nos dias efetivamente trabalhados no país.
Estrutura dos prêmios e incidência de impostos
A FIFA dividirá o chamado “Pilar de Participação” — valor fixo por clube — em duas partes:
- 52% referente à participação direta nos jogos nos EUA, sujeita à tributação local
- 48% relacionada a aspectos externos, como classificação e uso de imagem, que não sofrerão tributação nos EUA
Sobre o lucro obtido na primeira parte (após deduções com passagens, hospedagem, alimentação e logística), incidirá um imposto de 21%. O valor que for posteriormente transferido ao Brasil ainda sofrerá uma retenção adicional de 30%, similar à tributação de dividendos empresariais.
Reações e precedentes
A alta carga tributária nos Estados Unidos gerou insatisfação entre vários participantes do Mundial. Em eventos como a Copa do Mundo, é comum a FIFA negociar isenções fiscais com o país-sede, beneficiando clubes e federações.
No entanto, desta vez, essas isenções não foram estendidas automaticamente a atletas e membros de delegações, que continuam sujeitos à tributação local sobre prêmios e salários.
Calendário de pagamentos da FIFA
A FIFA já estabeleceu o cronograma oficial de repasses financeiros aos clubes, por meio de uma “carteira virtual” personalizada:
- 29 de maio de 2025: Pagamento inicial do Pilar de Participação (descontando eventuais adiantamentos)
- 27 de junho de 2025: Pagamento do saldo do Pilar de Participação e início dos repasses por desempenho para clubes eliminados na fase de grupos
- 15 de agosto de 2025: Último pagamento para equipes eliminadas na fase de grupos
- 30 de setembro de 2025: Pagamento final a todos os clubes participantes
