Cantor de sucesso no Brasil todo não alivia e chuta o balde sobre o hino do Grêmio
Um dos grandes patrimônios de qualquer clube de futebol é o hino. Cantado a plenos pulmões pelos torcedores nas arquibancadas, muitos deles fazem parte do imaginário de muitos apaixonados pelo futebol, alguns tem letras tão famosas que são conhecidos até por rivais.
Mas, nem sempre um hino cai nas “graças” de quem os ouve e um bom exemplo que podemos citar envolve o hino do Grêmio, onde um famoso nome da nossa música não gostou muito do cântico que entoa o tricolor gaúcho.
Estamos falando do cantor e compositor Lobão, que recentemente deu uma entrevista no quadro “RivoTalks” no canal “RivoNews” no youtube. O músico resolveu falar sobre o hino do clube gaúcho: “Eu adoro Lupicínio, mas ele não foi muito feliz, pô, é feio pra caramba”, disse ao canal RivoNews, no YouTube. Vale destacar que Lupicínio Rodrigues é quem escreveu o hino do Grêmio.
A história do hino gremista
O hino do Grêmio, composto em 1953 pelo renomado artista porto-alegrense Lupicínio Rodrigues, não foi a primeira música a homenagear o clube. Antes dele, o Tricolor teve outros dois hinos nas décadas de 1920 e 1940. Confira a história dessas músicas.
Hino do Grêmio: origem e história
Letra do hino do Grêmio
Até a pé nós iremos
Para o que der e vier
Mas o certo é que nós estaremos
Com o Grêmio, onde o Grêmio estiver
Cinquenta anos de glória
Tens imortal tricolor
Os feitos da tua história
Canta o Rio Grande com amor
Nós como bons torcedores
Sem hesitarmos sequer
Aplaudiremos o Grêmio
Aonde o Grêmio estiver
Lara o craque imortal
Soube seu nome elevar
Hoje com o mesmo ideal
Nós saberemos te honrar
Primeiro hino
Antes de Lupicínio Rodrigues criar a canção que se tornaria o hino oficial do Grêmio, o jornalista Isolino Leal compôs o primeiro hino do clube. Em sua obra, Leal exaltou valores como heroísmo, honra, raça e a força gremista.
Vibre em nós a luz da energia
Que dá fulgor e faz heróis
Músculos de aço e varonia
Nos façam da pátria áureos sóis
Do sul ao norte
Nos seja prêmio
A fé no Grêmio
Invicto e forte!
A nobreza, se o prélio freme
É quem inspira o coração
Da nossa gente que não treme
E luta sempre como um leão
Filhos do Pampa erguendo a fama
Desta terra de honra e valor
Com a alma acesa, em viva chama
Por ela cante o nosso amor!
Segundo hino
Mais de 20 anos depois, em 1946, o compositor Brenno Blauth foi o vencedor de um concurso promovido pela diretoria do Grêmio para criar um novo hino para o clube. Segundo o coordenador do Museu do Grêmio, Carlos Eduardo Santos, Blauth tinha apenas 16 anos na época.
Abram alas, abram alas
Lá vem o quadro tricolor
Nós estamos confiantes
No nosso Onze de valor
Nosso time da baixada
Não tem receio de nenhum
Pois a bola vai ao golo
E a torcida quer mais um
O Grêmio é o tal, não teme seu rival
É o mosqueteiro do esporte nacional
O nosso tricolor é um quadro de valor
Ele é fidalgo, é destemido e é leal
Viva o Grêmio, Viva o Grêmio
Não ganhará o jogo em vão
De conquista em conquista
Vai ser de novo campeão
Terceiro hino: o atual
No ano de seu cinquentenário, o Grêmio iniciou uma disputa entre os dois principais jornais de Porto Alegre para criar uma música comemorativa. O Correio do Povo foi o primeiro a lançar uma canção, mas ela não se popularizou. Foi então o Diário de Notícias que contratou o compositor e gremista Lupicínio Rodrigues, responsável por criar o hino que se tornou oficial do clube.
O jornalista Ib Kern, no livro “Não há anjos no poder”, conta que a ideia de criar um hino surgiu durante a preparação de um caderno especial para o cinquentenário do Grêmio. O editor de esportes sugeriu contatar Lupicínio Rodrigues, que era gremista. No mesmo dia, a comunicação foi feita e o compositor aceitou a missão.
Carlos Eduardo Santos destaca que o grande diferencial do hino é seu foco nos torcedores, colocando-os no centro da homenagem, algo raro nos hinos de clubes brasileiros. A música faz referência aos torcedores que, durante a primeira greve de ônibus e bondes de Porto Alegre, caminharam para acompanhar um jogo contra o Cruzeiro-RS, e também menciona o lema “com o Grêmio, onde o Grêmio estiver”, presente desde 1946.
A canção começou com a célebre frase “até a pé nós iremos”, que rapidamente conquistou o coração da torcida gremista, tornando-se um símbolo da paixão pelo clube.