Jornalistas levantam cinco “histórias” para ficar de olho na conferência oeste da NBA
A Conferência Oeste da NBA é um verdadeiro caos. À medida que a nova temporada se aproxima, quase todas as equipes, exceto duas, têm uma chance razoável de lutar por uma vaga no Torneio Play-In ou até mais. Algumas franquias certamente ficarão desapontadas em abril.
É provável que pelo menos três das equipes aspirantes não joguem nenhum minuto nos playoffs. Vários times que almejam as seis primeiras posições podem não alcançá-las, e até mesmo aqueles que se veem como candidatos a finalistas da conferência poderão ser eliminados logo na primeira rodada.
Embora a competição no Oeste tenha sido intensa na temporada passada, este ano promete ser uma luta feroz. Com a aproximação do training camp, os jornalista Sam Amick e Fred Katz, do Athletic, discutiram cinco histórias da Conferência Oeste que prometem ser emocionantes nesta temporada.
LeBron James ou Stephen Curry terão mais uma chance com o Team USA?
Amick: Se James e Curry não conquistarem mais um título, sua mágica atuação como companheiros de equipe durante as Olimpíadas na França será lembrada como um desfecho para suas carreiras. Com a grandeza que ambos mostraram, especialmente com James, de 39 anos, liderando a equipe e Curry, de 36 anos, brilhando nos jogos finais, agora a pressão recai sobre o Los Angeles Lakers e o Golden State Warriors para não desperdiçar os últimos anos de suas carreiras.
Mas isso não é tarefa fácil.
Os Warriors estão otimistas com suas adições na offseason, compensando a saída do icônico Klay Thompson ao Dallas com veteranos como Kyle Anderson, De’Anthony Melton e Buddy Hield, que trazem versatilidade e profundidade. No entanto, eles erraram ao tentar adquirir estrelas como Paul George e Lauri Markkanen. Sem uma adição desse nível antes da data limite de trocas em fevereiro, ou sem um salto significativo de Jonathan Kuminga (que está em negociações de extensão), os Warriors podem se ver na mediocridade.
Os Lakers enfrentam desafios semelhantes. Apesar do otimismo após um forte término na última temporada, sua eliminação em cinco jogos para o Denver Nuggets na primeira rodada foi um sinal claro de que não estão prontos para a disputa do título. A chegada de JJ Redick como técnico principal foi a maior mudança, enquanto o futuro de Austin Reaves continua em debate: ele deve ser parte do futuro ou uma moeda de troca por uma atualização?
Victor Wembanyama dará “o salto”?
Katz: Talvez a questão deva ser: Wembanyama realmente precisa melhorar? Só o fato de estar em pé já lhe confere uma altura suficiente para impressionar.
Ele se tornou o defensor mais temido da NBA na segunda metade da última temporada, ninguém se arrisca a arremessar perto dele. Mas o que acontecerá se, na sua segunda temporada, Wembanyama conseguir não apenas manter essa defesa de elite, mas também adicionar 25 ou 27 pontos por jogo? E se ele conseguir melhorar sua porcentagem de 3 pontos para algo em torno dos altos 30%? E se sua habilidade de passe continuar a evoluir, como fez durante seu ano de novato?
A liga está repleta de talentos, mas é possível que logo no primeiro dia, possamos ver Wembanyama competindo por uma vaga no All-NBA First Team. Um salto significativo aos 21 anos não é inédito; por exemplo, LeBron James já estava no All-NBA Second Team em seu segundo ano, enquanto Wembanyama completará 21 anos em janeiro.
Será que Wembanyama poderá levar os Spurs, que se reforçaram neste verão, para a pós-temporada? O Oeste é desafiador, mas San Antonio já jogou parte da última temporada com Jeremy Sochan como armador. Agora, com Chris Paul na equipe, a situação parece mais promissora. Os Spurs possuem profundidade e um excelente técnico.
Sabemos que Wembanyama é um jogador geracional. Talvez possamos também testemunhar um desenvolvimento generacional nesta temporada.
Qual time sairá da sombra?
Amick: As projeções de pré-temporada são sempre complicadas, mas também são uma tradição. Assim, espero que, se a saúde permitir, Oklahoma City Thunder, Dallas Mavericks, Denver Nuggets e Minnesota Timberwolves estejam entre os quatro primeiros do Oeste — sem ordem específica. Isso parece justo, considerando o desempenho recente dessas equipes. A partir daí, entender o que vem a seguir é um desafio.
Os Phoenix Suns, por exemplo, podem surpreender as expectativas. Kevin Durant e Devin Booker mostraram grande química na seleção nacional, mas experiências anteriores em Dallas e Minnesota mostram que duplas de estrelas costumam precisar de tempo para se consolidar (a saúde de Bradley Beal é uma grande incógnita). O Memphis Grizzlies poderá contar com um renascimento de Ja Morant após uma temporada tumultuada?
A adição de DeMar DeRozan torna os Kings uma ameaça real?
Os Clippers, mesmo sem Paul George após sua transferência para a Filadélfia, permanecem perigosos se Kawhi Leonard e James Harden estiverem saudáveis. O New Orleans Pelicans, liderados por Zion Williamson, têm um elenco talentoso, especialmente com a adição de Dejounte Murray. E, apesar dos desafios, tanto Warriors quanto Lakers são times que ainda devem ser considerados.
Essa paridade certamente animará a liga, atraindo até mesmo os torcedores casuais a acompanhar os jogos de outubro a abril (e além). E isso sem contar os Spurs de Wembanyama e os Houston Rockets, que podem ser verdadeiros curinga nesta disputa.
Qual é o futuro dos Pelicans?
Katz: Ninguém esperava que os Pelicans mantivessem Jonas Valančiūnas como agente livre neste verão. A equipe já havia sinalizado que estava aberta a ofertas para seu pivô titular antes da data limite de trocas.
Os Pelicans perderam a fé em Valančiūnas, então o que eles farão com os jogadores grandes que têm? Sua saída não foi o único golpe; eles também trocaram Larry Nance Jr. para o Atlanta Hawks em um movimento que trouxe Murray.
Enquanto escrevia sobre as incertezas dos Knicks no setor de pivôs, percebi que pelo menos eles podem esperar que Mitchell Robinson retorne saudável. Para os Pelicans, no entanto, se eles buscam um verdadeiro reforço, precisarão usar suas escolhas de draft para realizar uma troca ou esperar que Daniel Theis, um reserva, ou o novato Yves Missi superem as expectativas.
Os Pelicans poderiam utilizar seu comprimento nas alas, permitindo que Williamson jogue como pivô e Herb Jones defenda os centros adversários. Isso resultaria em um estilo de jogo de alto risco, focado em forçar turnovers.
Mas essas não são as únicas perguntas para uma equipe que venceu 49 jogos na última temporada e se mostrou uma força na conferência competitiva.
Os Pelicans lidaram com o drama envolvendo Brandon Ingram, um agente livre de calibre All-Star, que não atraiu muitos pretendentes. Jogadores como Ingram estão se tornando mais difíceis de negociar devido ao novo acordo de negociação coletiva, que complica a justificativa para aumentos salariais. Como Ingram reagirá após um verão conturbado?
E como o restante da equipe se encaixará? Murray chega após dificuldades em Atlanta, onde sua defesa já não era mais a mesma. Ele melhorou como finalizador, mas é mais eficiente com a bola em mãos. O problema é que Ingram, CJ McCollum e talvez até Williamson também precisam da bola.
Trey Murphy, um jovem promissor, tem 24 anos, mas como os Pelicans garantirão oportunidades e uma extensão de contrato para ele?
Os Pelicans são mais eficazes quando Williamson comanda o ataque. Não há momentos mais emocionantes no basquete do que quando ele inicia a jogada nos minutos finais de um jogo apertado. Ele não é apenas um jogador que escolhe seus pontos favoritos; também se tornou um dos melhores alas-pivôs na arte do passe.
A equipe já era talentosa, e a troca de jogadores de papel por Murray, um ex-All-Star em um contrato razoável, foi uma adição valiosa. No entanto, a situação agora parece mais confusa. A questão não é apenas sobre qualidade, mas também sobre coesão e estilo de jogo.
Que estilo os Pelicans adotarão? E como isso se refletirá em suas atuações?
Ja Morant poderá redimir-se?
Amick: Você já sabe que Morant está determinado a mostrar serviço.
Após um ano tumultuado, ele está voltando. A NBA o suspendeu por 25 jogos por exibir uma arma de fogo nas redes sociais, e essa foi a segunda vez em pouco tempo que sua imaturidade prejudicou os Grizzlies. Para piorar, uma lesão interrompeu seu retorno logo após nove jogos.