Michael Jordan enganou Chicago Bulls e faturou 30 milhões de dólares

Michael Jordan foi o atleta mais popular da NBA do final dos anos 1980 até sua aposentadoria definitiva. Ainda assim, durante a maior parte de sua carreira, ele não foi o jogador mais bem pago da liga.

Em 20 de setembro de 1988, Jordan assinou uma extensão de seu contrato de novato, garantindo um vínculo de oito anos no valor de US$ 25,7 milhões. Ele se aposentou em 1993 para tentar a sorte no beisebol, mas retornou à NBA em 1995, como todos sabem.

Após conduzir o Chicago Bulls ao seu quarto título da NBA na temporada 1995-96, Jordan tornou-se agente livre. Buscando um aumento, usou um blefe estratégico para conseguir o que queria.

“Estava no telefone com Michael e com [David] Falk. Ofereci US$ 20 milhões. Ninguém jamais havia ganhado tanto”, contou Jerry Reinsdorf, proprietário do Bulls. “Falk respondeu que queria US$ 30 milhões por uma temporada ou US$ 55 milhões por duas.”

Reinsdorf relembrou que, caso não aceitasse, houve menção de que Jordan poderia ir para o New York Knicks, mesmo por um valor inferior. Embora tenha percebido que era um blefe, havia rumores de que os Knicks planejavam uma manobra envolvendo os hotéis Sheraton, de propriedade parcial de seus donos, que poderiam oferecer a Jordan oportunidades futuras fora das quadras.

Liguei para Lester Crown, um dos investidores do Bulls, e perguntei: ‘Devo apostar US$ 30 milhões ou US$ 55 milhões?’ Ele respondeu: ‘Aposte nos trinta por um ano e depois pense no próximo.’ Não acreditava que Michael realmente iria para Nova York, mas não quis correr o risco. No fim, acho que deveria ter apostado nos 55. Custou US$ 8 milhões a mais. Mas todos saímos ganhando.”

Estratégia acabou dando certo para lenda das quadras

De fato, Reinsdorf provavelmente tinha razão — era improvável que Jordan deixasse Chicago. Mesmo assim, o blefe funcionou. Jordan gerava receita significativa não só para os Bulls, mas para toda a NBA, e estava claramente subvalorizado em relação ao que oferecia.

Na verdade, Jordan merecia até mais. Seu contrato de US$ 30,1 milhões para a temporada 1996-97 superava largamente o teto salarial da liga, que era de US$ 24,3 milhões na época. Ainda assim, o investimento valeu a pena: em 1995-96, Jordan ganhou US$ 3.850.000. Na temporada seguinte, recebeu os US$ 30,140,000 prometidos — o maior salário da história da NBA até então.

Na temporada 1997-98, Jordan assinaria outro contrato de um ano com o Bulls, desta vez por US$ 33.140.000, estabelecendo mais um recorde.

O segundo tricampeonato de Michael Jordan

Michael Jordan retornou ao Chicago Bulls em 19 de março de 1995. Embora tenha tido dificuldades nos playoffs daquele ano — ainda se readaptando ao ritmo da NBA e lidando com a troca do número da camisa — ele voltou com tudo na temporada seguinte.

Determinado a recuperar o domínio da liga, os Bulls reforçaram o time com a chegada de Dennis Rodman, um rival de longa data e um dos maiores reboteiros da história. Com Rodman ao lado de Jordan e Scottie Pippen, Chicago montou uma equipe lendária.

Na temporada 1995-96, os Bulls fizeram história: registraram a melhor campanha da história da NBA até então, com 72 vitórias e apenas 10 derrotas. Jordan teve um desempenho espetacular, tornando-se o primeiro jogador da liga a conquistar, na mesma temporada, os prêmios de MVP da temporada regular, MVP do All-Star Game, MVP das Finais, o título de cestinha e o campeonato da NBA.

Com médias de 30,4 pontos, 6,6 rebotes, 4,3 assistências e 2,2 roubos de bola por jogo, Jordan liderou os Bulls ao seu quarto título da NBA. Na temporada seguinte (1996-97), a equipe terminou com uma campanha de 69-13.

Jordan manteve o alto nível, com médias de 29,6 pontos, 5,9 rebotes e 4,3 assistências por jogo, mas acabou ficando em segundo na corrida pelo MVP, vencida por Karl Malone, do Utah Jazz.