Para evitar imposto na folha, Boston Celtics pode negociar duas estrelas
O Boston Celtics enfrenta um dilema financeiro que pode levá-lo a decisões difíceis sobre seu elenco nesta offseason. Apesar da forte campanha de 53-19 e do status de candidato legítimo ao título, a franquia pode precisar abrir mão de peças-chave para evitar afundar ainda mais no imposto de luxo.
Segundo Zach Harper, do The Athletic, a nova realidade financeira dos Celtics sob o Acordo Coletivo de Trabalho (CBA) atualizado da NBA impõe pressão para reduzir a folha salarial.
Possíveis mudanças que podem ser feitas no elenco
Uma das soluções consideradas é a negociação de Jrue Holiday ainda nesta offseason, o que permitiria ao time ficar abaixo do segundo apron e ligeiramente acima do primeiro. Essa movimentação reduziria significativamente as penalidades fiscais e poderia garantir espaço para renovar com Al Horford e Luke Kornet em condições favoráveis.
Ainda assim, a necessidade de desmontar parte do elenco parece inevitável. Não seria surpreendente ver Kristaps Porzingis deixar a equipe em breve, já que seu contrato tem apenas mais um ano de duração.
Enquanto os Celtics continuarem competitivos e brigando por títulos, a torcida deve se manter satisfeita. No entanto, qualquer queda de desempenho pode colocar a nova gestão da franquia em dúvida. Bill Chisholm, do Symphony Technology Group, adquiriu os Celtics por um valor recorde de US$ 6,1 bilhões, e embora Wyc Grousbeck permaneça como governador da equipe até 2028, a nova administração pode adotar uma abordagem diferente na montagem do elenco.
Impacto financeiro e cenário futuro
Com 11 jogadores sob contrato para a próxima temporada, a folha salarial dos Celtics já ultrapassa US$ 225,2 milhões, bem acima do limite do segundo apron de US$ 207,8 milhões. Considerando as penalidades fiscais, os gastos totais da equipe podem atingir impressionantes US$ 500 milhões — sem contar eventuais renovações e contratações para completar o elenco.
O novo CBA pune duramente equipes que ultrapassam repetidamente o segundo apron. Além das restrições para trocas e movimentações de elenco, times que excedem esse limite por dois anos consecutivos perdem o direito de negociar suas escolhas de primeira rodada, como a de 2033 no caso dos Celtics.
Isso coloca Holiday e Porzingis no centro das especulações. Apesar de serem peças fundamentais, são também dois dos jogadores mais caros e negociáveis do elenco. Aos 33 anos, Holiday mantém sua solidez defensiva, mas tem médias discretas de 11,0 pontos, 4,3 rebotes e 3,8 assistências na temporada.
Porzingis, por outro lado, tem números mais expressivos — 19,3 pontos, 6,8 rebotes e 1,6 tocos por jogo — além de um aproveitamento eficiente de 48,3% nos arremessos de quadra e 39,1% nas bolas de três. No entanto, sua permanência em Boston não está garantida devido ao contrato próximo do fim.
Em entrevista recente, Grousbeck deixou claro que nenhuma equipe pode sustentar gastos excessivos no segundo apron a longo prazo. Essa declaração gerou apreensão entre os torcedores, praticamente encerrando qualquer esperança de uma dinastia prolongada com o atual núcleo formado por Jayson Tatum, Jaylen Brown, Jrue Holiday, Kristaps Porzingis e Derrick White.
Mesmo equipes campeãs não estão imunes às restrições financeiras impostas pela liga. A NBA busca equilíbrio e disciplina orçamentária, e os Celtics podem se tornar o primeiro grande teste dessa nova era. A negociação de Holiday, Porzingis — ou até de ambos — pode não ser apenas uma estratégia para aliviar a folha salarial, mas a única forma de garantir um futuro sustentável para a equipe sem comprometer sua competitividade.
A torcida de Boston ainda pode se apoiar no fato de que o time segue na briga pelo título. No entanto, conforme os custos aumentam, as decisões difíceis se aproximam. A era dos supertimes “all-in” pode estar chegando ao fim — e os Celtics podem ser sua principal vítima.