Revelado medo dos jogadores do Chicago Bulls em relação a Michael Jordan
O domínio absoluto de Michael Jordan nos times do Chicago Bulls é algo lendário — e, segundo o ex-companheiro de equipe BJ Armstrong, esse controle se estendia até às decisões sobre arremessos de três pontos. Em uma participação recente no Creativo Official, Armstrong revelou o quanto Jordan levava a sério a seleção de arremessos, especialmente os de longa distância — algo que hoje poderia parecer antiquado na era moderna, em que os três pontos são protagonistas.
“Quando conversava com o Michael, os caras sempre perguntavam: ‘O que você faria se eu simplesmente pegasse a bola e arremessasse uma de três?’ Ele respondia: ‘Eu trocaria você.’ Por isso a gente simplesmente não fazia isso”, contou Armstrong.
Estilo de jogo nas últimas décadas era diferente
Nos anos 90, o jogo da NBA era bem diferente do atual. As equipes valorizavam mais os arremessos de média distância, jogadas de costas para a cesta e presença física no garrafão. O chute de três era utilizado com moderação, mais como um recurso pontual do que como pilar da estratégia ofensiva.
Até mesmo jogadores como BJ Armstrong — que terminou a carreira com excelentes 42,5% de aproveitamento nas bolas de três — arriscavam muito menos do que os atletas da atualidade. E isso não era apenas uma questão de estilo: era uma diretriz clara. Se você fosse descuidado com suas escolhas ao lado de Jordan, havia uma grande chance de não continuar ao lado dele por muito tempo.
A mentalidade de Jordan era direta: se você não fosse um especialista, não arrisque arremessos ruins. Cada posse de bola contava. Em uma era de basquete mais cadenciado e físico, desperdiçar uma jogada com um chute de três mal escolhido era quase um pecado.
E a resposta de Jordan não era exagero — refletia seu padrão de liderança. Ele exigia disciplina, eficiência e responsabilidade. Para ele, um chute apressado e contestado de três não era só um erro tático: era desrespeito ao plano coletivo.
BJ Armstrong, tricampeão com os Bulls, sabia exatamente disso. Havia uma regra tácita no vestiário: cumpra seu papel, escolha bem seus arremessos e você será valorizado. Se fugir disso, estará fora do sistema.
A ironia é ver como o jogo mudou. Hoje, astros como Stephen Curry, Damian Lillard e até pivôs como Karl-Anthony Towns são incentivados a chutar de muito longe, inclusive do meio da quadra.
Mas para Jordan, nunca se tratou de seguir modismos — tratava-se de vencer. E isso exigia inteligência tática e espírito coletivo. Embora seu estilo possa parecer rígido para os padrões atuais, seu compromisso com a excelência só teria se intensificado em uma era guiada por dados e eficiência.
Como BJ Armstrong deixou bem claro: se você estivesse desperdiçando arremessos de três sob a liderança de MJ, suas chances de permanecer no time seriam praticamente nulas.