Equipe com piloto brasileiro foi expulsa da Fórmula 1 após cometer trapalhadas

Na Fórmula 1 é comum acontecerem casos de punição, as que mais acontecem são as penalidades nas próprias corridas, com punições de tempo e até mesmo desclassificações. Mas, existem situações mais pesadas e um caso que mostra bem isso diz respeito a FIA que baniu uma equipe da principal categoria do automobilismo mundial.

A Fórmula 1 atravessou um período conturbado entre as equipes, especialmente com a tentativa da Andretti – uma escuderia de grande tradição no automobilismo americano – de ingressar no grid da categoria.

No final dos anos 1980 e início dos anos 1990, a realidade era bem diferente. Bastava ter dinheiro e um carro que atendesse ao regulamento para garantir um lugar na categoria. Foi nesse contexto que surgiu a Andrea Moda, considerada por muitos a pior equipe que já passou pela Fórmula 1. O time, no entanto, durou pouco e acabou banido da competição.

A curta e conturbada trajetória da Andrea Moda

A equipe foi fundada por Andrea Sassetti, um empresário italiano dono de casas noturnas e de uma marca de sapatos masculinos. Vendo na Fórmula 1 uma oportunidade de expandir seus negócios, ele adquiriu os restos da decadente equipe Coloni para disputar o Mundial de 1992.

Já na primeira etapa do campeonato, na África do Sul, a equipe enfrentou problemas ao se recusar a pagar a taxa de US$ 100 mil exigida para novas equipes pela Associação dos Construtores (FOCA). Sassetti argumentou que, por ter comprado a Coloni, sua equipe não era uma estreante. A justificativa não convenceu e a Andrea Moda foi excluída da corrida.

Forçado a pagar a taxa, Sassetti seguiu para a etapa seguinte, no México, onde prometeu utilizar um chassi projetado pela Simtek. O problema? O carro não ficou pronto a tempo, e os pilotos Alex Caffi e Enrico Bertaggia sequer puderam competir. Frustrados, deixaram a equipe, enquanto Sassetti alegava tê-los demitido.

Desastres dentro e fora das pistas

A partir daí, a Andrea Moda se tornou sinônimo de caos. No GP do Brasil, apenas um dos carros foi finalizado, e isso aconteceu em uma oficina próxima ao autódromo de Interlagos. O desempenho foi desastroso: o brasileiro Roberto Pupo Moreno, era na ocasião o piloto do time e marcou um tempo 22 segundos mais lento que a pole de Nigel Mansell, sendo eliminado na pré-classificação.

Na Espanha, a equipe finalmente conseguiu alinhar dois carros, mas o vexame continuou. Perry McCarthy, que havia recebido sua superlicença, teve sua estreia encerrada após andar apenas 18 metros antes do carro quebrar.

Os problemas seguiram ao longo do ano:

  • No Canadá, a equipe ficou sem motores após um calote em seu fornecedor, a Judd, e precisou pegar um emprestado da Brabham.
  • No GP da França, os carros ficaram presos no trânsito, impedindo a participação na prova.
  • Na Bélgica, McCarthy sofreu um acidente em Eau Rouge devido à quebra da barra de direção, que já havia sido usada por Moreno anteriormente.

O estopim veio quando Andrea Sassetti foi preso por falsificação de notas fiscais. Pouco depois, a FIA anunciou a expulsão definitiva da equipe da Fórmula 1, encerrando uma das histórias mais desastrosas da categoria.