NBA: manobra feita pelos Clippers irritou donos da liga

O jornalista Brian Windhorst recentemente compartilhou detalhes intrigantes sobre o impacto duradouro da troca de Norman Powell para o Los Angeles Clippers na NBA, durante sua participação no podcast The Hoop Collective.

Com a presença de Powell na conversa, Windhorst revelou os bastidores dessa negociação, destacando como ela se tornou um divisor de águas que levou os proprietários da liga a pressionarem por regras mais rígidas no Acordo de Negociação Coletiva (CBA).

“Não sei se você já ouviu isso, mas quando os Clippers negociaram com você, foi a gota d’água para os donos”, comentou Windhorst. “Os Clippers foram muito criativos ao juntar peças para conseguir realizar trocas. No dia em que a negociação aconteceu, eu estava tomando café da manhã em Los Angeles com um dono de time, e ele ficou furioso. Ele dizia: ‘Não acredito que os Clippers conseguiram Norman Powell. Precisamos dar um fim nisso’.”

Em fevereiro de 2022, os Clippers adquiriram Norman Powell e Robert Covington em uma troca com o Portland Trail Blazers, enviando Eric Bledsoe, Justise Winslow, Keon Johnson e uma escolha de segunda rodada de 2025. A movimentação foi amplamente elogiada, pois trouxe mais pontuação e profundidade defensiva ao elenco sem comprometer ativos significativos.

Jogador fundamental para a franquia de Los Angeles

Desde sua chegada, Powell tem sido essencial para os Clippers. Na temporada 2022-23, ele teve médias de 16,4 pontos, 2,8 rebotes e 1,6 assistências, com aproveitamento de 48,4% nos arremessos de quadra e impressionantes 43,2% nas bolas de três. Nesta temporada, Powell elevou ainda mais seu jogo, alcançando 23,2 pontos, 3,0 rebotes e 2,6 assistências por partida, com 48,9% de aproveitamento geral e incríveis 47,4% nos arremessos de longa distância.

Entretanto, o impacto financeiro da troca gerou insatisfação entre os proprietários rivais. Sob a liderança de Steve Ballmer, os Clippers têm sido um dos maiores gastadores no imposto de luxo da liga. Na temporada 2021-22, o time pagou US$ 83 milhões em impostos de luxo, cifra que saltou para US$ 140 milhões em 2022-23 e chegou a US$ 142 milhões em 2023-24.

Essas despesas exorbitantes contribuíram para a adoção de um CBA mais rigoroso, implementado na temporada 2024-25. As novas regras introduziram penalidades severas para equipes que ultrapassam o teto salarial, incluindo um sistema de multas em dois níveis e restrições comerciais que dificultam a formação de super equipes. A ideia era criar maior equilíbrio financeiro e competitivo entre as franquias, reduzindo as vantagens de times com mais recursos.

O impacto dessas mudanças tem sido percebido em toda a NBA, promovendo maior paridade e tornando a liga mais imprevisível. No entanto, críticos argumentam que as novas regras podem sufocar a criatividade e a inovação na construção de elencos.

A troca de Norman Powell pelos Clippers não apenas fortaleceu o time em quadra, mas também catalisou mudanças significativas no cenário regulatório da NBA. Como apontado por Windhorst, foi um momento decisivo para proprietários que buscavam nivelar o campo de jogo.

Enquanto Powell continua brilhando pelos Clippers, as novas restrições do CBA representam um desafio maior para equipes dispostas a gastar em busca de domínio. Essa negociação serve como um lembrete de como uma única troca pode moldar o futuro da NBA, dentro e fora das quadras.