Steve Kerr se arrependeu de deixar Jayson Tatum no banco durante as Olimpíadas?
Steve Kerr foi alvo de críticas por sua decisão de limitar os minutos de Jayson Tatum durante as Olimpíadas de 2024, mas o técnico do Golden State Warriors deixou claro que continua firme em sua escolha.
Ao liderar a equipe dos Estados Unidos à medalha de ouro em Paris, Kerr teve que equilibrar um elenco repleto de superestrelas da NBA. Com tantos jogadores talentosos disputando tempo de jogo limitado, ele se apoiou em veteranos experientes em momentos decisivos, deixando Tatum no banco durante jogos cruciais, incluindo as partidas de grupo e as semifinais contra a Sérvia.
“Tenho arrependimentos? Não podemos mudar o passado. Esse é o trabalho. Desde o começo em Vegas, a mensagem foi clara: ‘Estamos juntos nisso. Temos 12 futuros membros do Hall da Fama e estamos comprometidos a vencer.’ Ganhamos a medalha de ouro. Não penso muito sobre isso, exceto que não gostei de não ter jogado o Jayson contra a Sérvia, nem o Joel contra o Sudão do Sul. Não são decisões fáceis, mas todos os nossos jogadores foram incríveis. Eles se comprometeram uns com os outros, se comprometeram a conquistar a medalha de ouro.”
“Todos se comportaram com dignidade e classe. Essa é a verdadeira história. Mas vivemos em um tempo em que temos que falar sobre coisas que, na verdade, não importam.”
Decisão necessária para o sucesso da Seleção
Em uma conversa com a imprensa antes do jogo entre Celtics e Warriors na última quarta-feira (6), Kerr explicou que, embora a decisão tenha sido difícil, ela era necessária para o sucesso coletivo do time. Para ele, o objetivo era simples: priorizar o sucesso da equipe e garantir a medalha de ouro para os Estados Unidos, algo que foi alcançado.
Nas poucas aparições olímpicas, Tatum teve dificuldades para se destacar, com uma média de apenas 5,3 pontos e 38,1% de aproveitamento nos arremessos, jogando apenas 17,7 minutos por jogo. Apesar de ter mostrado momentos de destaque, suas performances ficaram à sombra dos veteranos do time. Kerr ressaltou que a decisão de deixar Tatum no banco não refletia suas habilidades, mas sim uma “questão matemática” devido ao elenco repleto de estrelas.
A falta de minutos de Tatum, no entanto, teve suas consequências. O jogador expressou decepção com seu papel limitado, sugerindo que sentia ser capaz de contribuir mais no cenário internacional.
Contudo, ele usou essa frustração como motivação para sua temporada na NBA, onde iniciou brilhantemente, com média de 30 pontos, 7,4 rebotes e 5,1 assistências por jogo. Esse bom começo de Tatum pelos Celtics levou alguns fãs de Boston a questionar ainda mais as decisões de Kerr, resultando em reações mistas da torcida no TD Garden quando o treinador dos Warriors chegou para o jogo de quarta-feira.
Apesar das críticas, Kerr não demonstrou sinais de arrependimento. Em uma resposta franca à mídia, ele reconheceu que decisões difíceis fazem parte de seu trabalho como treinador, especialmente ao lidar com um elenco de alto nível.
Seus comentários refletem sua experiência em gerenciar grandes talentos, algo com que ele já está familiarizado desde seus anos à frente dos Warriors. Para Kerr, a prioridade é a vitória da equipe, mesmo que isso signifique deixar algumas estrelas de fora.
Embora Kerr possa enfrentar vaias dos fãs de Boston, seu foco continua sendo o sucesso da equipe. O excelente começo de temporada de Tatum e sua motivação para provar seu valor podem, de fato, ter sido impulsionados por essa experiência olímpica. No fim das contas, a decisão de Kerr, embora polêmica, destaca os desafios de equilibrar talento e dinâmica de equipe na busca pela vitória — uma escolha que, aos seus olhos, valeu a pena ao conquistar o ouro.